quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

pessoas que comem raizes


pessoas que comem raízes
vendo coisa que não vemos
pessoas que são felizes
sofrendo um pouco menos

a gente sofre tão sozinho

buscando um sentido
talvez esperando um olhar
talvez querendo um carinho


tudo passa tão depressa
quem era não é mais
ela chora tão baixinho
esperando a chuva passar


somos todos infelizes
querendo o que não temos
somos todos repetentes
repetindo os mesmos erros


pessoas que comem raízes
vendo coisa que não vemos
pessoas que são felizes
sofrendo um pouco menos




Silvio Prado

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

último beijo



na areia mórbida da praia
olho a última onda do mar
chorar aos meus pés

mórbido, sinto na cara
o último beijo da onda
acordando-me no mar


Silvio Prado

passos pela lua


ouço passos pela lua
na chuva vejo rostos
vejo sapos pela rua
na rua vejo a história

história crua e nua
a chuva pelo rosto
vejo sapos pela tua
como a tua vejo a minha

ouço passos pela rua
na chuva vejo cacos
vejo sapos pela lua
na lua ouço a história

história minha e tua
como sapos no pescoço
sinto a chuva pelo rosto
como a tua faço a minha


Silvio Prado

domingo, 21 de fevereiro de 2010

embriagues chapada


a embriagues
chapada dos sonhos
embriagam
os meus olhos

que úmidos
umedecem
o véu sombrio
da noite


Silvio Prado

sábado, 20 de fevereiro de 2010

bom dia brasil


*imagem net


bom dia brasil
nabucos e rauls
a terra para poucos
o paraíso para alguns


Silvio Prado

o sonho


o sono
inspira
expira
o corpo
solto
parado
cansado
e torto

o cosmo
pulsa
soluça
plasma
lágrima
vento
tempoesia

e o sonho
é tudo
e o tudo
é nada
e a alma
é corpo
e o cérebro
é alma

o útero
cria
recria
o sono
o sonho
nasce
cresce
morre


Silvio Prado

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

o deus ciclope


Silvio Prado

como é o seu deus?



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bio   bio



                                          


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bio             bio
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SP

serena serenata


serena serenata
na boca sedenta
amena madrugada

serena serenata
nos olhos de bruma
bruma brahma gelada





Silvio Prado

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

o poema pulsa


o poema pulsa
nos olhos brancos
do papel
querendo nascer

querendo ser flor

como a flor
pulsando ao nascer
querendo ter cheiro
querendo ser céu


Silvio Prado

cerveja




Silvio Prado

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

o poeta não tem idade


o poeta não tem idade

é criança
quando a idade avança
é senhor
na flor da idade

sua idade? atemporal igual
aos dias que são segundos
e os anos que são iguais

o poeta não tem idade

é infantil
em sua maturidade
é sabio
no bio logo da idade

sua idade?
o poeta não tem idade



Silvio Prado

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

na cabeça ativa?



     na cabeça ativa
o                       automóvel
que                 imóvel fica
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Silvio Prado

morte às 10z



chego cansado
chego às 3rês
tenho olhos de vomitado
vomito às 6eis

o t e m p o n ã o p a s s a
estou a jaz
tenho olhos de vomitado
vomito mais, mais...

a música não para
o trago não passa

estou gelado
estou sem pés
tenho olhos de morto
morro às 10z



Silvio Prado

cair e cair


cair sempre e sempre
num arco-íres sem cor
num abismo sem f i m m m
num sonho a mais
cair além de todos
os OlhOs
cair mais mais mais

"além do mundo
além da vida
além do corpo
além do chão
três palmos, sete
sessenta"

cair num canto qualquer
num segundo por vir
cair além de todos
os fatos
cair e
cair..
.


Silvio Prado